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Foto do escritorElisa Marcelino

E se a minha sensualidade for poesia?


E se minha sensualidade for expressão da minha selvageria ou da minha delicadeza, se assim eu desejar?


A sensualidade que me move não é aquela ditada pelo olhar julgador, que a todo momento me diz o que é belo, sensual e bom, e aquilo que não é. E que na maioria das vezes, eu assim como a grande parte das mulheres, não se encaixa de jeito nenhum.


Aprendemos a lutar contra os nossos corpos, tentando modificar o que nos torna únicas, tornando nossa identidade como inadequada e o nosso sentir anestesiado.


Nos falam que a liberdade sexual está alta, portanto, que eu dedique todo meu tempo e minha energia a servir o prazer para outro. Portanto que, eu sinta prazer cheia de culpa e medo de que descubram que fiz algo de errado. Quando não, me permito somente sentir prazer se alguém me tocar… mas eu não posso ou talvez eu não saiba! Portanto que, eu demonstre a sensualidade e exerça minha capacidade de seduzir em ambientes controlados por um régua que determina se sou vulgar ou não, ou ainda, quando minha roupa justifica a falta de respeito e limites alheios.


Colocaram a minha sensualidade a serviço do outro, mas ninguém me ensinou a se questionar: ESSA SENSUALIDADE satisfaz a mim?


E se a minha sensualidade for na intensidade que eu desejar? Ter a liberdade de criar asas e voar?


E se a sensualidade começasse a ser vista como a minha capacidade de se conectar tanto com esse corpo, deixá-lo tão sensível a cada estimulo e sensação, no qual o meu corpo e o meu ser, não teriam outro caminho se não expressá-lo cheio de paixão? Cheia de vida?


Será que eu me permitiria ser p3netrada pela vida? Sentiria como tudo o que me toca me mobiliza? Vibra? Independente, de ser g3nital ou não. Ouvir uma música e me permitir inebriar com a sensação que produz nos meus ouvidos e a vibração gostosa que gera nas minhas ancas… cheias de tesão.


Com certeza, eu apreciaria ainda mais as carícias, toques, os beijos, fazer amor apaixonado deixando que meu corpo em contato com outro seja apenas a lenha que alimenta a fogueira cheia de t3são… e não determinação.


Sensualidade para mim é isso… abrir espaço no corpo ao prazer e permitir que tudo aquilo que me toca, me movimenta internamente e me impulsiona à vida como a sua expressão.

Com deleite e gostosura de ser quem eu sou.


Dai eu posso ser femme fatale ou a mulher selvagem sem preocupação. Sem medo, sem culpa, sem inseguranças de tentar me encaixar em espaços que por uma vida inteira… sempre me disseram não.


Eu sou a fonte da minha própria sensualidade.


Com amor, Elisa Marcelino (criadora Mulher Árvore).


Foto: Andri de Oliveira.

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